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11/10/2018ㅤ Publicado às 16:23

Arquitetos e urbanistas, representantes de empresas e autoridades do setor de mobilidade e transportes do Distrito Federal e de Goiás estiveram, na tarde desta quarta-feira (10/10), discutindo os desafios do transporte público coletivo. O debate ocorreu durante o evento organizado e promovido pelo CAU/DF, IAB-DF e Instituto Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte (MDT). Palestras de especialistas antecederam a participação da plateia, a qual pôde propor sugestões à revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) que deverá ocorrer somente ano que vem, quando assumirem os próximos gestores do governo local.

O palestrante Renato Boareto, do Instituto MDT, apresentou o estudo que fez sobre a evolução do transporte público no DF no período de 2007 a 2017. Destacou vantagens proporcionadas com a última renovação da frota de ônibus do DF – aumento de conforto para os usuários, redução da emissão de poluentes e redução de casos de LER e DORT em motoristas – mas também apontou desvantagens. “Não houve a racionalização das linhas e implantação de sistema tronco-alimentados, conforme previsto no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU)”, frisou Boreto.

Palestra com o especialista do MDT, Renato Boareto

Segundo os especialistas, há poucas medidas de priorização dos ônibus nas vias que, associado ao crescimento da frota de automóveis e da intensidade de seu uso nos últimos dez anos, permite afirmar que piorou a velocidade média do transporte público coletivo neste período. “Esse e outros fatores, favorecem o uso do transporte individual, principalmente por meio do automóvel”, constatou Renato Boareto.

Quando o assunto é mobilidade urbana com sustentabilidade, Boareto frisou a importância de uma Agenda Governamental, principalmente por parte do governo federal, para o estímulo dos governos locais e estaduais para o atingimento de metas ambientais. “É preciso estabelecer mecanismo de controle e comando, instrumentos econômicos e de incentivos, para que gere redução de vítimas, melhoria da qualidade do ar, redução de gases do efeito estufa e o uso equitativo de espaços”, finalizou Renato Boareto.

Cidade Sustentável

Qual cidade queremos? Com essa pergunta, a ex-diretora de operações do SPTrans, Ana Odila de Paiva Souza, iniciou sua palestra ao tratar do conceito de “cidade sustentável”, baseado no fim da hegemonia do automóvel, na valorização do ambiente urbano e do espaço público, democratização o acesso à cidade, independência e hegemonia da população (crianças, jovens e idosos). Odila reforçou que o transporte coletivo público ainda é a melhor opção à mobilidade nas cidades, ao apresentar as vantagens, tais como a não necessidade de infraestrutura específica e a facilidade de cobertura de todo território urbanizado, principalmente no atendimento das demandas de horário de pico.

Palestra com Ana Odila, ex-diretora do SPTrans

“Ao contrário do que muitos pensam, a imagem de má qualidade dos ônibus não está associada ao seu desempenho nos horários de pico. Mas, sim, à sua performance nos horários e dias de menor demanda”, garantiu Ana Odila. Segundo a especialista, esses períodos de menor demanda correspondem a, pelo menos, 74% das horas semanais. É quando os ônibus desaparecem, submetendo os usuários a longos e imprevisíveis tempos de espera.

A solução estaria em três fatores: 1) conquistar a imagem de excelência para o serviço de ônibus; 2) importar para o serviço de ônibus a cultura, as funcionalidades, e os métodos de organização e operação que caracterizam os sistemas estruturais de transporte metrô e trem, e 3) transformar o serviço de ônibus em um efetivo e atrativo sistema de transporte público coletivo.

O evento Os desafios do transporte público coletivo no DF culminou com a aprovação de propostas sistematizadas em um documento, resultantes de discussões em grupos formados pela plateia, que serão levadas ao conhecimento do novo governo do Distrito Federal e para o processo local de Revisão do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade (PDTU).

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