Ações estratégicas estiveram no foco do debate com presidentes dos CAU/UFs

Representantes dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, além de conselheiros do CAU/BR, CAU/DF e CAU/TO, estiveram presentes à Reunião de Presidentes da Região Centro-Oeste nesta terça-feira (24/9), em Brasília (DF), para discutirem ações de gestão estratégica que servirão de base para a elaboração de um documento mais amplo pelo CAU/BR.

No período da manhã, foi realizada uma palestra com a consultora Sônia da empresa Symnetics-Tantum Group que apresentou uma proposta de Modelo de Atuação do CAU com base em entrevistas realizadas com um público-alvo (arquitetos, urbanistas, estudantes e civis). O documento retrata desde o grau de percepção do Conselho diante da sociedade até a necessidade de definição de atributos de valor pelo CAU.  

Outro assunto abordado na reunião foi a participação mais efetiva do CAU junto ao Ministério da Educação (MEC) para o aprimoramento da qualidade dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, citando, como exemplo, a aplicação dos Exames de Suficiência organizados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros conselhos profissionais que aferem o nível de conhecimentos dos candidatos. “Eu visualizo o papel do Conselho mais como orientador dos estudantes dos cursos universitários sobre suas atribuições, leis e resoluções que os regem ao invés de certificador da qualidade dos cursos”, defendeu o presidente do CAU/DF, Alberto de Faria.

Sobre a necessidade de incrementos à qualidade do ensino e de uma aproximação maior do CAU com as instituições de ensino superior, a consultora Sônia propôs o fomento à pesquisa aplicada como uma das soluções possíveis e citou o trabalho realizado pelo Instituto Fraunhofer da Alemanha, que disponibiliza pesquisas realizadas no meio acadêmico em diversas áreas para consulta dos seus usuários. Em complemento a essa ideia, foi citada também a importância do incentivo à inovação tecnológica, a exemplo do que o Instituto SENAI de Inovação realiza na área de nanotecnologia, ao promover a descoberta e a valorização científicas entre os estudantes.

Urbanismo

O tema urbanismo foi amplamente discutido pelos presidentes dos CAU/UFs na manhã desta terça-feira. Segundo o levantamento feito para a elaboração da proposta de Modelo de Atuação do CAU, foram citadas algumas tendências para se repensar as cidades. “Como o arquiteto pode ser mais protagonista desse movimento que surge como o de ´new cities´ (novas cidades), cidades sustentáveis e humanizadas”, definiu a consultora Sônia.

“É preciso realmente termos mudanças nessa área. O arquiteto tem deixado de lado o urbanismo para se dedicar mais à arquitetura, ao artístico. Sem contar que não é uma tarefa valorizada, sendo que o urbanismo hoje está muito voltado para ser uma questão política, de expansão territorial”, contextualizou o presidente do CAU/DF, Alberto de Faria.

O conselheiro do CAU/BR, Roberto Lopes Furtado, citou o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. “A primeira fase de sua implantação não se considerou o urbanismo do projeto, por questões financeiras, de retenção de gastos públicos. Já a segunda fase, sim, pois viu a necessidade da implementação de calçadas e de ruas mais amplas, por exemplo”, lembrou.

Uma das sugestões dadas na reunião foi a de elaboração de um programa do CAU para se discutir oportunidades de melhorias nas cidades brasileiras. Com isso, os resultados seriam imediatos: resgate do papel do urbanista, maior exposição do arquiteto, desmistificação do papel do arquiteto como urbanista e ampliação da discussão do debate sobre as cidades.

Outra ação com efeitos positivos seria o estreitamento da relação dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo com outras entidades, como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e sindicatos. “Assim os Conselhos também não ficariam sobrecarregados com ações que outras entidades poderiam realizar”, levantou o presidente do CAU de Tocantins, Lucas Rodrigues Dantas.

A Reunião de Presidentes seguiu ao longo da tarde até às 18h, com a discussão sobre outros tópicos importantes. É o caso do posicionamento do CAU diante da sociedade, como entidade transparente, crédula, que oferece soluções inovadoras, com capilaridade e representatividade política nacional.

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