Arquitetos e estudantes de Arquitetura e Urbanismo debatem sobre EAD e Diretrizes Curriculares Nacionais em seminário realizado pelo CAU/DF

Coordenadores e estudantes de cursos superiores em Arquitetura e Urbanismo estiveram na última sexta-feira (10/5), trocando ideias e experiências sobre o “Ensino a Distância e Diretrizes Curriculares Nacionais”, em evento organizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal sob este título.

A coordenadora da Comissão Permanente de Ensino e Formação (CEF), arq. urb. Gabriela de Souza Tenorio, deu boas-vindas aos cerca de 30 participantes que foram assistir às palestras e aos debates.

Na abertura, o presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira, citou o escritor Sérgio Ferro e seu livro “Arquitetura e Trabalho Livre” (1980), em uma primeira abordagem sobre o tema do evento. Além disso, fez um questionamento à plateia, antecipando uma discussão que aconteceria no período da tarde do seminário: ensino presencial não é sinônimo de qualidade, portanto EAD é sinônimo de deficiência? Segundo ele, a discussão da questão não pode ficar no campo filosófico. “Estamos discutindo política de Estado, de mercado, de ensino”, justificou o presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira.

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), arq. urb. Luciano Guimarães, também participou da abertura do seminário, que contou ainda com a presença do presidente do CAU de São Paulo, arq. urb. José Roberto Geraldine Junior. “Não se trata apenas de fiscalizarmos o exercício profissional, mas também a formação. Somos obrigados, por lei, a termos uma comissão específica para discutirmos o ensino e a formação. É, portanto, também nossa obrigação, embora essa função de discutirmos com as autoridades não seja reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional de Educação”, argumentou o presidente do CAU/BR. arq urb. Luciano Guimarães.

Palestras

A programação da manhã avançou com a palestra do coordenador do Colegiado de Entidade Distritais de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CEAU-DF), Joe Rodrigues. O arquiteto e urbanista abordou a legislação brasileira relacionada à EAD nos cursos superiores.

A apresentação foi seguida pela explanação da coordenadora da Comissão de Ensino e Formação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CEF-CAU/BR), arq. urb. Andréa Vilella, que tratou da Resolução CAU/BR n° 88-01/2019. Esta aprova a recusa de registro profissional, pelos CAU/UFs, a egressos de cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo realizados na modalidade de ensino a distância.

Para encerrar as atividades da manhã, o presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), João Carlos Correia, apresentou um histórico das discussões sobre a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais e seu estágio atual.

Grupos de Trabalho

O período vespertino do seminário Ensino a Distância e Diretrizes Curriculares Nacionais foi marcado pela palestra inicial da professora Maria Elisa Baptista, sobre o tema “A construção do documento de revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais e seu estágio atual”. Grupos de discussões foram formados para que pudessem discutir, entre si, sobre três questões: 1) quais conteúdos curriculares não podem, em nenhuma hipótese, ser ministrados, total ou parcialmente, a distância no curso de graduação em arquitetura e urbanismo? 2) Quais conteúdos curriculares admite-se que sejam ministrados, total ou parcialmente, a distância no curso de graduação em arquitetura e urbanismo? e 3) Em se admitindo que haja conteúdos que possam ser ministrados, total ou parcialmente, a distância no curso de graduação em arquitetura e urbanismo, em que condições isso deve ocorrer?

O resultado das discussões foi formatado em uma minuta de documento que ainda será finalizado pela CEF-CAU/DF, para ser encaminhado posteriormente ao CAU/BR para conhecimento.