Artigo – Brasília: 33 anos como Patrimônio Cultural da Humanidade

BRASÍLIA, Patrimônio da humanidade, dos brasileiros e brasilienses, nativos ou simplesmente residentes. São 33 anos da data que, à época, sobre o fato pouco se falou.

A UNESCO, em Paris, em 7 de dezembro de 1987, consagrava o maior conjunto urbano arquitetônico da modernidade em valor a ser eternizado. Ao longo do tempo, uma história de progressiva legitimação do título que nos ensinou a reconhecer que somos parte dessa responsabilidade.

Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade é tão amplo quanto a responsabilidade de sua gente em torno de sua preservação. Da administração pública também? Também. Mas não somente. O próprio título virou um patrimônio, um conceito cujo valor simbólico só terá efetividade se as políticas públicas, instituições públicas e cada cidadão assim o reconhecerem.

Orgulhosamente, somos guardiães desse patrimônio da modernidade expressa em espaços urbanos, edificações monumentais e cotidianas simbolicamente construídas para demonstrar a capacidade de uma nação construir seu futuro, com arte e expressividade de um tempo.

O CAU/DF se reconhece nesse processo de progressiva incorporação do ideário da preservação na sua agenda institucional. Implementar o Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília vem confirmando que cada cidadão, cada instituição, cada ente público ou privado pode agir pela preservação e reconhecimento desse patrimônio a partir de seus valores, reconhecendo que constroem identidades capazes de nos unir num mundo controverso de divisões.

A aceitação dos moradores dos edifícios contemplados e dos demais vem demonstrando que a consciência de quem habita esse patrimônio é fundamental para sua vitalidade. A convicção deste Conselho não são palavras soltas. Nasce da alta receptividade dos moradores, da imprensa e população em geral; da força simbólica e mobilizadora de consciências em torno das contribuições que arquitetos, engenheiros e trabalhadores em geral fizeram ao longo de décadas, construindo as Superquadras de Brasília. São edificações de expressividade e autênticas referências de um novo modo de viver como disse Doutor Lucio. Os blocos residenciais do Plano Piloto de Brasília estão na agenda desse patrimônio em consolidação.

Aos dirigentes públicos dos anos 80, liderados pelo então Governador José Aparecido de Oliveira, aos servidores públicos que conduziram os estudos, ao Doutor Lucio que conduziu o primeiro instrumento legal de proteção, o “Muito Obrigado” do CAU/DF.

O CAU/DF atua na construção de ações para este compromisso internacional de preservação de Brasília esteja na consciência de sua gente cotidianamente, produzindo a capacidade de construir cidadania a partir da Arquitetura, Arte e Espaços Urbanos únicos como forma e conjunto. Patrimônio da Humanidade e de cada um de nós.

Autor: Conselheiro do CAU/DF, arquiteto e urbanista Antônio Menezes Júnior