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23/09/2019ㅤ Publicado às 17:16




Presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira, com representantes de entidade internacionais ligadas à Arquitetura e ao Urbanismo

A internacionalização chegou ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF. A autarquia federal está prestes a completar dez anos de atuação e tem buscado intensificar a sua aproximação com nações estrangeiras, visando estabelecer a troca cultural e de conhecimentos técnicos, de fiscalização, de ética, de disciplina e de procedimentos normativos nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, com entidades de diferentes partes do mundo.

No início deste mês, laços institucionais foram estabelecidos entre o CAU/DF e o Conselho Regional de Arquitetos da Ásia e pelo Instituto de Arquitetos do Paquistão. O motivo foi a participação da autarquia federal no Fórum de Conferências ARCASIA – Associação de Arquitetos da Ásia e na Mesa Redonda Capital Cities: New Cities/Visionary Masterplan, que aconteceu nos dias 5 e 6 de setembro, na cidade de Islamabad no Paquistão.

O primeiro dia de evento contou com apresentações e boas-vindas da diretora da Faculdade de Arquitetura do Paquistão, Samra M. Khan; de Jahangir Khan Sherpao, ex-presidente da Arcasia; Rita Soh, presidente atual da Arcasia, e do primeiro ministro do Paquistão, Imran Khan. Foram abordados assuntos relacionados ao desenvolvimento de cidades planejadas em países como Austrália, Turquia, China, Índia, Sri Lanka, Malásia, Tailândia e o Brasil. Neste caso, Brasília (DF) foi apresentada pelo presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira, através de dados relevantes que permitiram a rica troca de informações com representantes de conselhos e institutos de arquitetura de diversos países.

Além da atribuição precípua do Conselho de fiscalizar o exercício profissional, Daniel Mangabeira destacou a representação do CAU/DF em diversas instâncias governamentais que envolvem urbanismo, cidadania, direito a habitação de interesse social, questões de gênero e fiscalização no Distrito Federal. “O CAU/DF atua de maneira bem distinta em relação a cidades planejadas. Nenhum Conselho ou Câmara, tem a atuação em discussões sobre desenvolvimento da cidade como nós. Isso é papel dos seus institutos. São eles os representantes junto ao estado para discussão sobre cidade. Aqui nós temos o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o CAU trabalhando muitas vezes na mesma área”, destacou o presidente do CAU/DF.

Segundo Daniel Mangabeira, esse novo posicionamento estratégico do CAU tem permitido desbravar o universo de atuação de entidades similares em outros países. “Assim podemos assimilar as boas práticas, abrir horizontes e gerar perspectivas reais e diferenciadas para as ações em prol da arquitetura e do urbanismo locais e de seus protagonistas”, defendeu.

Questionamentos
A participação do CAU/DF no Fórum de Conferências ARCASIA despertou reflexões importantes. Para o presidente do Conselho, arq. Daniel Mangabeira, a presença tímida de escritórios brasileiros na vida acadêmica é algo a ser avaliado. “Temos poucos escritórios no Brasil e em Brasília que desenvolvem um trabalho acadêmico de aproximação dos estudantes de Arquitetura e Urbanismo com o universo da prática profissional. Essa vivência da realidade é essencial para a formação educacional”, avaliou Daniel Mangabeira.

Outro ponto que despertou sua atenção foi a forma que a fiscalização do exercício profissional é tratada por outros países e o destaque que ela tem para a sociedade. “No Brasil, o CAU tem a atribuição de fiscalizar o exercício profissional, mas acredito que a função orientativa poderá contribuir ainda mais para termos uma sociedade mais ‘educada’ sobre o nosso real papel, bem como daqueles que a exercem”, afirmou o presidente do CAU/DF.

Daniel Mangabeira levantou outros questionamentos, além de similaridades e diferenças em comparação às entidades internacionais. Veja a seguir:

  • Brasília foi criada em um local sem pré-existência histórica urbana, ou seja, não havia alguma cidade pequena ou algum centro urbano que pudesse direcionar o projeto moderno da cidade, diferente de Islamabad, por exemplo. Essa desconexão histórica gerou uma cidade realmente nova, sem passado aparente com a cultura brasileira, sem conexão com outras cidades brasileiras. Neste sentido, ficou evidente não apenas na apresentação da Samra como de outros colegas, que apesar de não haver essa conexão, Brasília é vista por outros países como uma cidade tipicamente brasileira. De certa maneira, e bem exagerada, Lúcio Costa criou uma nova cultura brasileira aos olhos externos. E tive orgulho disso.
  • O PCATP, que é o conselho profissional deles, possui quatro comissões: Arquitetura, Urbanismo, Educacional e Registro Profissional. O Conselho tem amplos poderes para desempenhar as funções e adotar medidas relacionadas ao estabelecimento de conduta, salvaguarda dos interesses de seus membros, a assistência ao governo e instituições nacionais na resolução de conflitos nacionais. Além disso, lida com problemas relacionados a profissão e desempenha a promoção de reformas e da educação e da revisão. Presta, ainda, assessoria ao governo na questão da educação em arquitetura e urbanismo. Percebam que as discussões acerca de desenvolvimento urbano que temos em nosso conselho não é discutido por eles, tampouco a execução de eventos. Por isso, o IAP – Instituto dos Arquitetos do Paquistão é o braço do conselho deles, para que Fóruns desse tipo possam ocorrer.
  • O que ficou claro é que a diferença de funcionamento entre essas instituições é grande. No nosso caso, somos exageradamente divididos e burocráticos. Temos uma comissão de ensino, mas também temos a ABEA que trata de assuntos correlatos. Por que não unificar esforços e simplificar a estrutura? Temos a comissão temporária de eventos, comissão de exercício profissional, mas também temos o IAB, que discute assuntos semelhantes. Por que há essa duplicidade?

Essas e outras constatações serão apresentadas aos demais conselheiros na 94ª Reunião Plenária, que acontecerá no próximo dia 30 de setembro. Daniel Mangabeira ressaltará a importância desta representação internacional, que partiu de um convite formal da entidade paquistanesa. “Ano que vem haverá o Congresso da UIA2020 no Rio de Janeiro e essa foi uma ótima oportunidade de divulgar o Brasil e o maior evento de arquitetura do planeta a outros países”, ressaltou o presidente do CAU/DF.


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