Ciclo de Palestras: Engenheiros esclarecem sobre trabalho de perícias e inspeções prediais

Noventa por cento das taxas de condomínios não preveem manutenção predial. A constatação foi apresentada pelo engenheiro civil e perito Iberê Pinheiro de Oliveira à plateia presente ao Ciclo de Palestras: Patologias, Inspeção e Manutenção de Edificações, na última segunda-feira (8/10). O descaso com a manutenção de edificações no Brasil é comum também em países desenvolvidos como a Alemanha, onde os gastos com manutenção e reparo somam 79,6 Bilhões de Euros, ou seja, 48% dos custos totais com construção.

No entanto, muitas patologias que acometem as edificações poderiam ser previstas e evitadas ainda na fase da elaboração de projetos. “Não adianta fazer um projeto estético se você não consegue dar manutenção depois. É preciso atentar para as diretrizes contidas nas normas de desempenho. O projeto é norma e norma tem que ter metodologia científica. O profissional precisa estudar a legislação, pois precisa ter certeza das suas decisões”, orientou o perito Iberê Pinheiro.

Conselho semelhante foi dado pelo vice-presidente do Instituto Nacional de Engenharia de Avaliação e Perícia – INEAPE/DF e perito judicial do TJDFT, Fábio Mascarenhas. Durante o Ciclo de Palestras, além de traçar o perfil ideal do profissional que atua com perícia em edificações, o engenheiro reforçou a importância da atualização constante de conhecimentos. Segundo ele, é importante ainda que os laudos emitidos por peritos sejam inteligíveis a diferentes públicos – sociedade, síndicos, condôminos, profissionais, entre outros. “O perito tem que ser isento e sempre buscar a verdade, porque dela podem depender vidas”, resumiu o Fábio Mascarenhas.

Patologias e graus de risco

Engenheiro Fábio Mascarenhas

Uma edificação pode ser acometida por diversas patologias, se não receber manutenção periódica. As mais comuns, no entanto, são aquelas provenientes de irregularidades de projeto ou de execução. Isso corre em função da não observância das Normas Técnicas pelo arquiteto e urbanista ou engenheiro; por erros e emissões; emprego de mão-de-obra despreparada; uso de produtos não certificados, e ausência de metodologias para execução dos serviços.

A combinação de todos esses fatores também pode ocorrer e as consequências são visíveis como, por exemplo, o deslocamento e a queda de revestimentos de fachadas. “Toda inspeção e perícias obrigatoriamente têm que avaliar o grau de risco das situações de não conformidade. Existem vários métodos de determinação do grau de risco. Eu adoto a tabela GUT – Gravidade, Urgência e Risco (veja tabela abaixo)”, afirmou o perito Fábio Mascarenhas.

Engenheiro Iberê Pinheiro de Oliveira

O engenheiro Iberê Pinheiro de Oliveira, por sua vez, ressaltou a importância do trabalho do perito para a saúde das edificações. “É ele quem tentará restabelecer as condições de desempenho que não foram observadas, por exemplo, no processo de elaboração de um projeto”, garantiu.

Ciclo de Palestras

Desde o dia 1° de outubro, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF, com apoio do Sinduscon-DF, tem trazido especialistas para abordarem temas que são do interesse da sociedade em geral e que afetam diretamente o exercício profissional de arquitetos e urbanistas e engenheiros. Nesta quarta-feira (10/10), os convidados serão o Engenheiro Major Lopes, da Defesa Civil do Distrito Federal, que irá tratar do assunto “Prevenção de Acidentes”. Para exemplificar o tema, o engenheiro e professor Dickran Berberian abordará alguns estudos de casos. A programação completa do Ciclo de Palestras: Patologias, Inspeção e Manutenção de Edificações você pode conferir aqui.