Comissão de Equidade de Gênero debate participação da mulher na arquitetura e prepara “lives” sobre o tema

A Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU/DF esteve reunida no último dia 2 de junho com a participação das integrantes Letícia Miguel Teixeira, Yone Roberta de Souza, Luiza Rego Dias Coelho e Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes. O primeiro ponto discutido na reunião foi a pesquisa preliminar do coletivo “Arquitetas Invisíveis”, conduzida por Luiza Dias, a qual revelou que as mulheres são a maioria dos registros profissionais e também quem mais emite Registro de Responsabilidade Técnica (RRTs). Entretanto, o estudo demonstra uma queda de, aproximadamente, 800 RRTs emitidas em abril de 2020, se comparado com o mesmo mês em 2019, um reflexo da pandemia do COVID 19.

Destacou-se, ainda, a sobrecarga que o público feminino enfrenta com o cenário da pandemia, já que, culturalmente, elas se comprometem mais com as atividades do lar, sobrecarregando ainda mais sua rotina e seu desempenho de entregas profissionais. Os dados geraram reflexões preliminares na Comissão acerca do envolvimento do CAU/DF nos problemas afetos as mulheres frente ao seu desempenho profissional, tendo em vista a histórica invisibilidade do seu trabalho e sua ausência nas tomadas de decisões.

Em complemento a essa constatação, a arquiteta e urbanista Luiza Dias apresentou à Comissão outro dado relevante. Em uma outra pesquisa, revelou-se que a mulher arquiteta e urbanista demora, em média, dez anos a mais que o homem atuante na área para conseguir atingir o piso salarial da categoria. Conforme entendimento da Comissão de Equidade de Gênero do CAU/DF, ainda hoje, a equiparação salarial é bem difícil de ser alcançada, principalmente, por uma profissional autônoma e empreendedora do seu próprio escritório. “Conclusões lógicas, como a relação dos homens com posições de maior poder econômico, demonstram o quanto a questão da equidade de gênero é transversal ao tema social, racial, tendo em vista o conhecimento das mulheres negras serem a base da pirâmide social no país”, reforçou a integrante da Comissão de Equidade de Gênero do CAU/DF, conselheira Letícia Miguel.

Diante desse cenário, a Comissão de Equidade de Gênero do CAU/DF irá elaborar e apresentar uma Carta às futuras chapas inscritas nas próximas Eleições do CAU, que acontecerá em outubro deste ano, enfatizando a importância de continuidade desse trabalho desenvolvido pela Comissão. A professora Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes também irá apresentar um artigo que retrata a participação feminina na Arquitetura e Urbanismo, com dados históricos e atuais obtidos junto ao CAU/DF.

Nessa mesma abordagem, a Comissão pretende realizar, ainda no mês de junho, uma live sobre a participação das mulheres na construção da Capital Federal, com destaque para importantes feitos históricos, como o primeiro registro de obra ter sido realizado pela arquiteta Alda Rabello Cunha, em maio de 1952. Em julho, uma nova live será realizada, desta vez, enfatizando os desafios das arquitetas e urbanistas frente à pandemia do COVID 19. Aguardem!