Em evento, CAU/DF destaca que democratizar o BIM no Distrito Federal é prioridade

“A única forma de aumentar a produtividade é qualificando o trabalhador”. A frase foi dita pela gerente do Instituto SENAI de Tecnologia em Construção Civil no Distrito Federal, a engenheira civil Kalliny Dutra, durante a palestra “Avança BIM no DF” – uma iniciativa do Programa Aprimora+ do Crea-DF, que contou com o apoio do CAU/DF e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. O evento virtual ocorreu nesta quinta-feira (24/3) e teve a participação da presidente do CAU/DF, arq. urb. Mônica Blanco.

Quem assistiu pôde aprender um pouco mais sobre a origem da metodologia BIM e seu uso no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, o BIM é obrigatório para todos os projetos financiados pelo General Services Administration (Administração de Serviços Gerais) desde 2006. Já na Noruega, o BIM é exigido em obras públicas, mesmo sem haver orientações contratuais disponíveis para o público.

“O Brasil precisa avançar no que diz respeito ao uso do BIM. Nosso país ainda adota uma prática muito tradicional, com fluxos de trabalho baseados em documentação e em desenhos e detalhes 2D. Ainda há muito a ser feito para se mudar esse cenário, e o maior desafio é o aprendizado e o aperfeiçoamento dos nossos profissionais nessa metodologia”, afirmou a presidente do CAU/DF, Mônica Blanco.

Desde 2017, o Brasil vem discutindo a implementação do BIM pelos setores público e privado, com a criação do Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modelling (CE-BIM) pelo governo federal. O intuito foi o de formular uma estratégia que pudesse alinhar as ações e as iniciativas desses setores, impulsionar a utilização do BIM no país, promover as mudanças necessárias e garantir um ambiente adequado para seu uso.

Em abril de 2021, um avanço pôde ser celebrado com a nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n° 14.133/2021, Art. 19, inciso V, parágrafo 3°). Esta prevê preferencialmente a adoção da metodologia BIM ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que possam vir a substitui-la, para obras e serviços de engenharia e arquitetura. “Ainda há muito a ser feito, principalmente no combate às barreiras que escritórios e profissionais de arquitetura e urbanismo ainda encontram. Destaco algumas, como a falta de treinamentos, estrutura organizacional insuficiente, ausência de softwares e tecnologias adequados e fatores financeiros que dificultam a adoção do BIM nos serviços prestados por pessoas físicas e jurídicas”, concluiu a presidente do CAU/DF, arq. urb. Mônica Blanco.

Por outro lado, o Conselho tem contribuído para amenizar esses entraves, proporcionando oportunidades de discussão e aprendizados aos arquitetos e urbanistas de maneira gratuita. É o caso do webinar “Soluções BIM para Arquitetos e Urbanistas”, realizado em 2021 (assista no nosso canal do Youtube), com a Autodesk.

Dois anos antes, o CAU/DF criou a Comissão Temporária de Transformação Digital – CTRAND com a finalidade de discutir e promover a inserção da produção arquitetônica dos profissionais do Distrito Federal com o uso da metodologia BIM e sua difusão no Brasil. Naquele ano, o CAU/DF organizou também – junto ao CAU/BR, CBIM e Sebrae – o “Seminário Internacional BIM na Prática”. O evento trouxe escritórios e profissionais do Brasil e de outros países para compartilhar suas experiências com a metodologia.

Já em 2021, a CTRAND-CAU/DF iniciou tratativas com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a fim de orquestrar parceria pela democratização do BIM no Distrito Federal. Este ano, convênios com empresas que oferecem cursos área, com descontos para arquitetos e urbanistas registrados no CAU/DF, foram estabelecidos para facilitar o acesso dos profissionais à nova tecnologia (veja aqui).