Ícone SICCAU
SICCAU Serviços Online

28/04/2022ㅤ Publicado às 17:58

Presidente do CAU/DF, arq. urb. Mônica Blanco

No Dia Internacional da Conscientização Sobre o Ruído – INAD, celebrado nesta quarta-feira (27/4), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal recebeu, em sua sede, participantes e palestrantes do evento “Qualidade Acústica em Escolas”, promovido pela Sobrac Centro-oeste, com apoio do CAU/DF e de outras entidades.

Cerca de 30 pessoas assistiram as palestras das arquitetas e urbanistas Cândida Maciel e Jhennifer Pires e da fonoaudióloga Larissa Craveiro, sob mediação da arquiteta e urbanista Ludmilla Correia. Os temas abordados foram distúrbios da linguagem oral e escrita na aprendizagem, qualidade acústica no ambiente escolar e o estudo de caso deinterferência acústica em uma escola pública do DF. “Fui arquiteta da Secretaria de Educação do DF por mais de 30 anos e entendo essa preocupação com acústica nas escolas. Na minha época, a arquitetura escolar pública era desafiada pela elaboração de projetos padrão, pelo curto tempo de execução e pela recessão de verba que comprometiam, inclusive, a manutenção predial e a solução de problemas, como a má reverberação acústica que trazia problemas de saúde para crianças e professores”, lembrou a presidente do CAU/DF, arq. urb. Mônica Blanco.

Arq. Urb. Aline Lima

Entretanto, esse cenário está prestes a mudar. A partir de um projeto-piloto no Centro de Ensino Fundamental n° 01, Dra. Zilda Arns, localizado no Itapoã, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) considera aplicar e corrigir deficiências de acústica nos ambientes escolares. A proposta é adotar um padrão de conforto ambiental e acústico nos próximos projetos de reforma e construção das edificações.

“Na legislação, existem parâmetros para se adotar nos projetos arquitetônicos com relação à ventilação natural, por exemplo. Mas, não há orientação sobre como projetar uma edificação que tenha conforto acústico. E esse seminário é uma grande oportunidade para aprendermos ainda mais sobre o tema”, afirmou a arquiteta da SEEDF, Aline Lima. Seu setor é responsável por acompanhar e elaborar projetos para a construção, reforma e manutenção de escolas da rede pública do DF, bem como analisar projetos de escolas particulares.

A arquiteta e urbanista Cândida Maciel destacou os pontos a serem considerados em um projeto de acústica ideal. Segundo ela, no estudo de implantação, é preciso identificar as áreas de conflito, as fontes ruidosas e silenciosas. Outra questão é verificar as referências das normas técnicas – como a NBR 10.151, que traz os níveis de ruído para os ambientes escolares –, e avaliar os impactos a serem considerados nas áreas ao redor da escola, como as residenciais e hospitalares.

Já a fonoaudióloga Larissa Craveiro abordou os principais problemas que envolvem um ambiente escolar com muitos ruídos. Ela citou as perdas auditivas dos alunos e os prejuízos à saúde vocal dos professores. Neste caso, o esforço demasiado e repetitivo das cordas vocais pode levar a um câncer de laringe. “Qualidade de som gera qualidade de ensino. O processo de escuta do aluno e vocal do professor ficam prejudicados quando não há uma sala de aula adequada acusticamente. Os dados mostram que 63% dos professores tem problemas de voz e 70% dos educadores tem chances de perder dias letivos. O tratamento é de, no mínimo 120 dias, de afastamento”, afirmou Larissa Craveiro.

Por fim, a arquiteta e urbanista Jhennifer Pires apresentou o projeto das duas salas de aula no Centro de Ensino Fundamental n° 01, Dra. Zilda Arns, localizado no Itapoã. Falou-se sobre o estudo preliminar, com o diagnóstico dos ambientes; a viabilidade e a manutenção do projeto; simulações computacionais; adequação à proposta estética, e os estudos de comparação do tempo de reverberação dentro de sala de aula. “As intervenções feitas na escola pretendem reduzir a reverberação interna das salas de aula e retirar o ‘efeito Lombardi’, que é quando se eleva a voz para poder mascarar um ruído que está dentro ou fora do ambiente (som residual). Assim, garante-se que a mensagem chegue até o receptor com qualidade e compreensão da fala”, explicou a arq. urb. Jhennifer Pires.

Presidente do Sinduscon-DF, Dionyzio Klavdianos

“Não é só ter escola; é ter escola de qualidade. Cabe a nós, engenheiros e arquitetos, tentar reverter essa situação de problemas com acústica nas escolas públicas e particulares. Sobre esse protótipo no Itapoã, espero que consigamos implementar em outras unidades da rede pública de ensino das cidades”, finalizou o presidente do Sinduscon-DF, engenheiro Dionyzio Klavdianos.

Antes de encerrar o seminário, as palestrantes participaram de uma mesa redonda, respondendo às perguntas da plateia.

Sobre o INAD

O Dia Internacional de Conscientização do Ruído (International Noise Awareness DAY – INAD) é uma campanha global, fundada em 1996 pelo Centro de Audição e Comunicação, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre os efeitos do ruído no bem-estar e na saúde das pessoas. O dia é comemorado na última quarta-feira de abril de cada ano. 

Para celebrar a data, atividades focadas não apenas no ruído, mas também nos meios de redução dos níveis de ruído, são organizadas em vários países do mundo, incluindo Brasil, Chile, Alemanha, Itália, Espanha e Estados Unidos.

GALERIA DE FOTOS

DEIXE UM COMENTÁRIO

Os comentários estão desativados.

Destaque

15/12/2024

Dia 15 de dezembro: Arquitetos e urbanistas transformam cidades e vidas

Destaque

13/12/2024

Nota Pública Conjunta do CAU/DF e CRESS/DF

Destaque

02/12/2024

1º Congresso Brasiliense de Arquitetura e Urbanismo e 12º Encontro CAU/DF

Destaque

30/11/2024

Parabéns, Cruzeiro, por seus 65 anos!