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26/10/2020ㅤ Publicado às 18:23

Atualizada em 27/10/2020.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal – CAU/DF vem a público mostrar sua consternação com a decisão tomada pelo condomínio do Bloco B da SQS 314 (imagem) que, em reforma de sua fachada, retirou os azulejos originais do arquiteto Eduardo Negri datados da década de 70 que estavam instalados no pilotis da referida edificação. A resolução não poderia ter sido a mais errônea possível diante da importância desses exemplares para a memória da Capital Federal, que precisa ter seu patrimônio arquitetônico e histórico preservados.

Em julho, a Fiscalização do CAU/DF recebeu denúncia que alertava sobre a intenção de retirada da azulejaria em reforma a ser realizada por este condomínio, tendo sido verificado que o serviço de elaboração de projeto arquitetônico estava devidamente registrado no CAU por meio de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) específico. Ainda assim, orientou o síndico e o condomínio sobre a importância histórica do edifício, bem como de se preservar o conjunto e a harmonia arquitetônicos presentes naquela superquadra.

“Infelizmente, há uma visão limitada de alguns proprietários e síndicos que não conseguem perceber o valor (material e estético) de seus edifícios originais da década de 70, por exemplo. Essa não foi a primeira vez que isso ocorreu e, se não houver penalização contra esse tipo de ação pelas autoridades competentes, não será a última”, alertou o presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira.

Em março deste ano, o CAU/DF encaminhou oficio ao condomínio sobre a elegibilidade do Bloco B da SQS 314 ao Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília que busca valorizar e incentivar as boas práticas de conservação e manutenção predial, mantendo a linguagem arquitetônica do movimento moderno. O Selo é uma iniciativa da autarquia federal, que conta com o apoio da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal (Seduh), da Secretaria de Turismo (Setur), da Administração Regional do Plano Piloto e de entidades de arquitetura e urbanismo do Distrito Federal (IAB-DF, ABAP, AeArq, Arquitetos-DF e Fenea-Centro). “É com grande tristeza que vemos nosso patrimônio ser desmantelado e não temos mecanismos para impedir isso. O CAU não tem atribuição legal para impedir esse absurdo, mas tenta viabilizar iniciativas próprias que valorizam e preservam a nossa história patrimonial. Mas, essa luta não pode ser de um só e precisa ser também abraçada por aqueles que legalmente podem fazer algo”, reclamou o presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira.

*Errata: Ao contrário do que havia sido informado anteriormente, o Bloco B da SQS 314 não está na lista dos 30 indicados ao Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília. Sua inserção chegou a ser cogitada, mas o indicado foi o Bloco K daquela superquadra.

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