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02/08/2012ㅤ Publicado às 14:19

Atualmente, é possível afirmar que não são necessários 100 anos para que a Natureza reaja às agressões do homem. A resposta do planeta tem sido quase que imediata à superpopulação e aos demais efeitos de um progresso desenfreado. Estabelecer os limites do crescimento e adotar um modelo administrativo eficaz, com políticas públicas que considerem a finitude dos recursos naturais, já pautam a agenda global e são de suma importância para o desenvolvimento sustentável.

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 – evento que discute, na sua essência, as causas e as consequências da interferência do homem em seu habitat – aporta no país, com a proposta de gerar reflexões sobre a importância das construções e dos projetos arquitetônicos em um contexto socioambiental. No panorama atual, cada vez mais os profissionais de Arquitetura e Urbanismo são desafiados a utilizar sua criatividade e tecnologia, na concepção de projetos sustentáveis, que reduzam os impactos ambientais e proporcionem o aproveitamento racional dos recursos naturais. A reutilização da água e dos recursos hídricos e energéticos, por exemplo, bem como o destino correto dos resíduos gerados nos canteiros de obras – como tijolos, aço e concreto – estão entre as principais diretrizes adotadas por esses profissionais, durante um planejamento.

É cada vez mais visível a preocupação de empresas e escritórios em conceber empreendimentos que atendam às normas do sistema ISO de avaliação (ISO 14040, 14041, entre outros) e se enquadrem nos quatro princípios básicos da sustentabilidade: ser ecologicamente correto; economicamente viável; culturalmente aceito e socialmente justo. Boas práticas que associam qualidade de vida, necessidades, modernidade e economia, além de resultarem em maior valorização imobiliária, harmonia e consciência socioambiental. Vale lembrar que vivemos em uma bolha prestes a explodir. Crises como a do petróleo, da economia e a energética já assombram países da Europa e da América do Norte, antes considerados à prova de qualquer desgaste ou ruptura. Situações, assim, modificam a maneira como arquitetos e urbanistas elaboram seus projetos; os levam a repensarem ideias pré-concebidas e a incorporarem uma visão multidisciplinar aos seus negócios.

A Rio+20 é, portanto, um momento de reforçar a necessidade de adaptação dos profissionais à essa economia verde que desponta, ou seja, aos novos traços da arquitetura contemporânea, a qual abandona conceitos unicamente industriais, comerciais e tecnicamente padronizados. Apostar na Bioarquitetura como fonte de inspiração e criação é a solução para sensibilizar a sociedade e reeducá-la para uma nova realidade. Não se trata de um novo estilo arquitetônico ou de modismo, mas sim, de uma questão de sobrevivência, totalmente viável no enfrentamento de problemas pontuais, como o aumento de entulhos, do lixo particular, da emissão de CO2 e dos efeitos do aquecimento global, que afetarão ainda mais as gerações futuras.


* Alberto Alves de Faria, arquiteto e urbanista, presidente do CAU/DF

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