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25/10/2019ㅤ Publicado às 11:56




Arq. Urb. Sérgio Parada; presidente do IAB-DF, Célio Méllis Júnior; embaixador do México, José Ignacio Piña Rojas; arq. Francisco Serrano e presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira

O premiado arquiteto mexicano Francisco Serrano, esteve em Brasília, nesta terça-feira (22/10), a convite do CAU/DF, do IAB-DF e da Embaixada do México no Brasil, para falar um pouco sobre a produção de seu escritório Serrano Arquitectos Y Asociados. O arquiteto iniciou sua palestra no auditório do Museu Nacional da República, em Brasília (DF), ao falar da arquitetura brutalista que segue e a qual valoriza vigas, pilares e demais aspectos estruturais em exposição, além do uso de materiais como o concreto armado e aparente em algumas de suas obras.

Serrano falou a uma plateia composta por mais de 60 pessoas, que ficou atenta à estética crua de seus projetos, os quais também privilegiam a construção de espaços de forma organizada e ordenada para acomodar atividades administrativas e humanas. “A estrutura não é algo que se esconda, mas parte integrante da forma”, justificou o arquiteto.

Arquiteto mexicano Francisco Serrano em sua palestra no Museu Nacional da República

Essas características estão presentes nos projetos das representações diplomáticas mexicanas no Brasil, na Guatemala (Venezuela) e em Berlim (Alemanha), com os quais foi premiado e reconhecido mundialmente. Sobre a Embaixada do México em Brasília, Serrano contou algumas curiosidades e decisões que precisou tomar à época, quando a capital federal ainda era uma cidade em construção e em desenvolvimento.

A primeira delas foi conversar com as autoridades locais sobre a necessidade de não haver cercas ao redor da embaixada que impedissem o acesso livre da população ao prédio da representação diplomática. “Sugerimos um gramado verde e alto ao redor que nos permitisse dar a sensação de segurança e de estarmos de braços abertos para receber nossos amigos brasileiros. Construímos também um arco em concreto, no formato de porta, com 75 metros de altura, para recepcioná-los”, explicou Serrano.

Bate-papo com o arquiteto mexicano Francisco Serrano e a plateia, mediado pelo presidente do CAU/DF, arq, Daniel Mangabeira

As construções internas da Embaixada do Brasil no México também deveriam originalmente abrigar dois edifícios – a sede e a residência do embaixador – e serem escalonadas. “Mas o embaixador da época insistiu em construir também uma área para os funcionários da embaixada, pois, naquele tempo, era difícil encontrar mão-de-obra disponível e ele queria seus funcionários por perto”, explicou o arquiteto Francisco Serrano.

Dificuldades na concepção do projeto também foram detectadas com a construção da Embaixada do México em Berlim, na Alemanha. “Foram 140 reuniões que realizamos com autoridades locais para decidir o que poderíamos e não poderíamos usar. Acabamos optando por um concreto/cimento branco na fachada que não era um material conhecido à época e sua resistência ainda era questionada. Além do terreno ser muito pequeno, tínhamos que construir uma edificação sem janelas. Optamos por utilizar brises que garantiam a luminosidade e a ventilação no edifício em uma fachada que se assemelhava a um muro, quando vista de frente”, explicou Serrano.

José Ignacio Rojas, Francisco Serrano e Daniel Mangabeira

A monumentalidade também esteve sempre presente em suas criações. Para exemplificá-la, o arquiteto Francisco Serrano destacou o maior complexo corporativo da América Latina, localizado na Cidade do México. Trata-se da Torre Arcos Bosques Corporativos, com 630 mil metros quadrados de área construída, com duas torres de escritórios, pátios, uma área subterrânea de estacionamento para três mil veículos e plantas de três mil metros quadrados. “Quando foi construído, o país vivia um período de grande desenvolvimento comercial e econômico. O nosso desafio foi como apresentar algo a clientes com alto perfil econômico, sem utilizarmos materiais caros como mármores e granitos e mesmo assim ser um edifício de alta qualidade e preço elevado”, lembrou Serrano.

Ao final da palestra, o arquiteto mexicano participou de um bate-papo com a plateia e, ao ser perguntado pelo presidente do CAU/DF, arq. Daniel Mangabeira, sobre qual o conselho que daria aos estudantes de Arquitetura e Urbanismo ali presentes, Serrano foi enfático: “Trabalhar, trabalhar e seguir trabalhando”, finalizou.

Para encerrar a participação do arquiteto mexicano no evento em Brasília, o presidente do CAU/DF entregou uma peça gentilmente cedida pela URB – Memórias Leves, no formato da Catedral de Brasília (imagem ao lado), em reconhecimento à contribuição de Francisco Serrano à arquitetura da capital federal.


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